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​Brasil avançou pouco em eficiência energética na “década do crescimento”

No período em que se reencontrou com o crescimento econômico, país ficou na lanterna global do aumento da eficiência.

20.02.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:26 |

Observatório do Clima

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Os dados são de um relatório global divulgado nesta semana pela organização The Climate Group. Segundo um ranking elaborado pelo documento com 130 países, o Brasil ficou em 43o lugar no mundo na chamada “produtividade energética”, ou no quanto se gera no PIB por exajoule de energia consumido.

O Brasil ficou acima da média mundial (que seria o 87o colocado se o mundo fosse um país), acima da média do mundo industrializado e também acima da média da união europeia, o que reflete o peso baixo das manufaturas na economia nacional em relação a outros países. O país mais produtivo em energia é Hong Kong, seguido pela paupérrima Cuba – que os próprios autores do relatório reconhecem que não é exemplo para ninguém, já que está bem no índice pelo motivo errado.

Quando se considera quanto melhorou a eficiência energética entre 2001 e 2011, porém, o Brasil despenca para a 103a posição. Com uma melhora de acanhado 0,14% ao ano no período, fica atrás de vizinhos como Peru, Chile e Venezuela, abaixo da média mundial (1,32%) e a dos países industrializados (1,66%). O país fica abaixo de nações como a ex-república soviética do Azerbaijão (12,8%) e até de países desenvolvidos já muito eficientes, como o Japão (1,76%).

A boa notícia do relatório, para o Brasil e outros países, é que há um bom motivo para subir na lista: dinheiro. Dobrar a produtividade energética global calculam os autores, traria ganhos de 2 trilhões de euros (cerca de R$ 5,9 trilhões) até 2030 e criaria 6 milhões de empregos. “Melhoras nesse tamanho e escala estão dentro do reino das possibilidades, com base no desenvolvimento mais amplo de tecnologias que existem hoje”, afirma o documento. O maior potencial está na construção civil e na readequação de prédios – que inclui medidas simples como trocar lâmpadas. “Para o mundo em desenvolvimento, há uma chance de queimar uma etapa e ultrapassar o mundo desenvolvido, e passar mais rapidamente a níveis de produção que poupam mais energia”, afirma o relatório.

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