Registro anual de temperaturas da Terra desde 1800 até 2016 mostra o aquecimento sem precedentes deste século (Fonte: ECMWF, Copernicus Climate Change Service)

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2016 foi mesmo o mais quente, diz agência

Temperatura no ano passado chegou a 1,3oC acima da média pré-industrial, quase alcançando a meta de 1,5oC de limite “aquecimento seguro” que países se comprometeram a tentar atingir em Paris

05.01.2017 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

DO OC

O Serviço Copernicus de Mudança Climática, um órgão da União Europeia, publicou nesta quinta-feira a primeira de várias análises que virão nos próximos dias confirmando que 2016 foi de fato, e de longe, o ano mais quente da história.

Segundo a agência europeia, a média de temperatura do ano passado foi de 14,8o C. Ela foi 0,2oC mais alta do que a de 2015, até então o recordista absoluto de calor. No total, a Terra chegou a 1,3oC acima da média da era pré-industrial.

É um valor perigosamente próximo do limite de 1,5o C que os países se comprometeram a tentar atingir no Acordo de Paris, de 2015. Este limite pode ser chamado de “centro da meta” da inflação climática da humanidade: acima dele, eventos como a elevação do nível do mar no longo prazo decretariam a extinção de pequenas nações insulares no mundo inteiro.

O “teto da meta” de Paris é evitar que o aquecimento chegue aos 2oC em relação à era pré-industrial. Uma grande quantidade de evidências científicas aponta que um aquecimento de 2oC em diante colocaria a Terra em um território climático desconhecido e sujeito a eventos extemos devastadores.

Ambas as metas são consideradas muito difíceis de alcançar. Hoje, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, mesmo se todas as emissões do mundo parassem agora, nós teríamos apenas 50% de chance de evitar um aquecimento de 1,5oC. Segundo o Copernicus, o mês de fevereiro de 2016 chegou a tocar o 1,5oC, devido à forte influência do fenômeno El Niño no começo do ano. Mesmo após a dissipação do El Niño, no meio do ano, as temperaturas seguiram excepcionalmente altas em 2016. O serviço europeu associa essa continuidade à perda de gelo marinho no Ártico e na Antártida.

Espera-se que durante este mês a Nasa e a Noaa, dos Estados Unidos, o Met Office, do Reino Unido, e a Agência Meteorológica do Japão divulguem seus balanços de temperatura do ano. Esses organismos apresentarão dados diferentes, pois usam bases de dados diferentes. Embora a margem de diferença entre uns e outros seja de apenas 0,1oC, ela tende a ser maior em 2016 devido a medições distintas de temperatura da superfície do mar associadas com o degelo em ambos os polos.

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