Lavrador mexicano mostra espiga de milho arruinada (Foto: Neil Palmer/Ciat)

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Impacto do clima na agricultura matará 500 mil até 2050, afirma estudo

03.03.2016 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

DO OC

Nos próximos 35 anos, as mudanças climáticas reduzirão a produtividade da agricultura no planeta, fazendo com que a disponibilidade de comida por pessoa caia de 2% a 3% no mundo todo. O resultado são 529 mil mortes até 2050, a maioria na China e em outros países asiáticos. No Brasil serão cerca de 4.000 mortes adicionais.

Os resultados são de um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico médico The Lancet, a mesma publicação que no ano passado havia chamado a mudança climática de “a maior ameaça à saúde deste século”. A nova pesquisa, feita por um grupo do Reino Unido, analisou 155 países e modelou em computador o que aconteceria com a produção de alimentos, o comércio internacional e o consumo em diferentes cenários de emissão de gases de efeito estufa.

Sua principal conclusão é que o aquecimento global cortará em um terço o número de mortes por desnutrição e má alimentação que seriam evitadas naturalmente pelas melhoras na produtividade e na distribuição de comida nas próximas décadas.

Segundo os pesquisadores, liderados por Marco Springmann, do Programa Oxford Martin sobre o Futuro da Alimentação, a maior parte das mortes será decorrência da redução no consumo de frutas, verduras e legumes, não de desnutrição pura e simples. Por outro lado, foi visto efeito positivo da mudança do clima na redução global da obesidade e na redução do consumo de carne vermelha – que, no entanto, são mais do que compensado pelos dois fatores negativos.

Springmann e colegas afirmam que a adoção de trajetórias de redução de emissões poderia evitar até 71% dessas mortes adicionais.

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