Bolsonaro assina projeto para vender a Amazônia a mineradoras
Caberá ao Congresso, à Justiça e a investidores internacionais responsáveis barrar o avanço da destruição
NOTA DA COORDENAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DO CLIMA
Jair Bolsonaro resolveu comemorar seus 400 dias de governo enviando ao Congresso um projeto para vender a Amazônia a mineradoras, abrindo as terras indígenas à mineração e ao garimpo. Acreditou quem quis na história de que seu governo defendia a “soberania nacional” sobre a região. Também acreditou quem quis numa suposta correção de rumos na agenda ambiental, com o anúncio recente do tal Conselho da Amazônia.
Se aprovado, o projeto, que transforma em regra o que a Constituição de 1988 pensou como exceção, levará ao aumento do desmatamento, das invasões de terras indígenas e da violência contra esses povos. A proposta também aprofunda o abismo de reputação internacional no qual Bolsonaro lançou o país, piorando nossa imagem de destino de risco para investimentos estrangeiros. Investidores responsáveis e preocupados com a crise climática dificilmente desejarão ter desmatamento e sangue indígena em seus portfólios.
O Observatório do Clima espera dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, que honrem a própria palavra e não pautem esse projeto genocida. Ambos haviam se comprometido a não colocar em votação proposições que ameaçassem a floresta e as populações tradicionais. É hora de testar essa determinação.
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