Marina encerra assembleia anual do Observatório do Clima
Ministra diz que governo trabalha para transformar todo o Plano Safra em agricultura de baixa emissão de carbono
DO OC – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), encerrou no último dia 5 a Assembleia Anual do Observatório do Clima, no interior paulista. No evento, ela disse que vem trabalhando com seus colegas Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Fernando Haddad (Fazenda) para converter todo o Plano Safra para a agricultura de baixo carbono.
A discussão ainda precisa avançar no governo, mas, segundo a ministra, uma proposta na mesa é fazer a transição gradualmente, com taxas de juros mais baixas quanto mais os tomadores dos recursos alcançarem etapas “descarbonizantes”, a serem estabelecidas pelo plano.
Segundo Marina, a ideia é propiciar reduções de juros a partir de um determinado nível de metas cumpridas pelos agricultores.
Na assembleia, instância máxima da governança da rede, foi aprovado o plano estratégico do OC para o período 2023-2026. Também foram recepcionados os novos membros do coletivo. A principal rede da sociedade civil do Brasil sobre mudanças climáticas ganhou 17 novas organizações, saindo de 77 para 94.
Passaram a integrar o OC o Iser (Instituto de Estudos da Religião), o Clima de Eleição, a Ecotrópica, o Instituto Cidades Sustentáveis, o Instituto Água e Saneamento, o Instituto Marielle Franco, a Perifa Connection, o Instituto Espaço Silvestre, a Oceana, a Opan (Operação Amazônia Nativa), a Oxfam, a Proforest, o Instituto Alziras e o CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas). Ingressam como observadores a Laclima, a Perifa Sustentável e o coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste.
“Esse é o maior número de adesões da história da rede desde a sua criação, em 2002. Entraram para o OC desde grandes ONGs, como a Oxfam, até um pequeno coletivo de militantes por moradia digna uma comunidade de Recife, o Caranguejo Tabaiares Resiste. Isso mostra que a sociedade civil aprendeu no governo Bolsonaro a encontrar força no coletivo. Foi importante para resistir ao fascismo, mas será ainda mais importante para reconstruir a agenda de clima”, disse Joana Amaral, coordenadora-executiva do OC.
Na assembleia também foi eleito o novo comitê de coordenação do OC. A coordenação é a principal instância representativa da rede, responsável por orientar o secretariado executivo no cumprimento das deliberações da assembleia. A nova coordenação passa a ser integrada por Adriana Ramos, assessora de Política e Direito Socioambiental do ISA, Andréa Bavaresco, coordenadora-executiva do IEB, Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam, Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde e Alegria, Délcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo, e Marina Piatto, diretora-executiva do Imaflora.