PF investiga suposto “escritório do crime ambiental” no MMA
Operação que afastou presidente do Ibama pode levar - enfim! - à demissão de Ricardo Salles
A conta do desmonte parece enfim ter chegado para seus perpetradores. Um ano e três meses depois de o ministro do Meio Ambiente e o presidente do Ibama terem atuado em favor de madeireiros e liberado a exportação de madeira amazônica sem fiscalização, a PF deflagrou nesta quarta-feira (19) uma operação que afastou dez servidores, inclusive Eduardo Bim, e realizou busca e apreensão em endereços de Ricardo Salles. A ação investiga corrupção, advocacia administrativa e o desmantelamento da fiscalização ambiental. Ela poderá resultar na demissão do ministro, que agiu contra a própria pasta e contra o meio ambiente no Brasil desde o dia em que botou os pés no ministério.
“Vamos ver agora quais crimes que serão descobertos. O fato é que Salles montou um verdadeiro escritório do crime ambiental no Ministério do Meio Ambiente e um dia teria que responder por isso”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Hoje infelizmente quem quiser saber sobre a questão ambiental no Brasil precisa abrir as páginas policiais.”
O despacho de Eduardo Bim de fevereiro de 2020 autorizando as exportações sem fiscalização foi dado após pedido de madeireiros e levou a uma ação civil pública em junho pedindo sua anulação. A ação foi impetrada pelo Greenpeace Brasil, pelo Instituto Socioambiental e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público do Meio Ambiente, com subsídios técnicos do OC. O despacho de Bim foi suspenso liminarmente nesta quarta-feira por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.