Imagem de satélite mostra em azul a água escoando do manto de gelo da Groenlândia, que atravessa uma onda de calor (Foto: European Union, Copernicus Sentinel-2 imagery)

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Temperatura global bate recordes por dois dias seguidos

Nos dias 3 e 4 de julho, os termômetros passaram de 17 ºC e derrubaram o recorde de 2016, ano considerado o mais quente

05.07.2023 - Atualizado 11.03.2024 às 08:31 |

DO OC – A semana começou com o noticiário destacando que a segunda-feira (3) havia sido o dia mais quente já registrado no mundo. A temperatura média global atingiu 17,01°C naquele dia, quebrando o recorde de agosto de 2016, quando o termômetro bateu 16,92°C. Nem bem passaram 24 horas e as manchetes precisaram mudar, pois na terça-feira (4) o número passou para 17,18°C.

A elevação da temperatura média global não é nada inofensiva e já tem dado sinais do impacto negativo faz tempo. No México, em menos de 15 dias em junho, mais de 100 pessoas morreram por causa do calor extremo. O país enfrenta a quarta onda de dias quentes e em alguns estados a temperatura passa de 45 ºC. Estados Unidos, China, países do norte da África e do Oriente Médio também padecem por causa do verão fervendo.

Na Groenlândia, a cobertura da neve na Terra de Nares, uma ilha ao norte do país, derreteu em apenas quatro dias, conforme mostram imagens capturadas entre 29 de junho e 3 de julho pelos satélites Copernicus Sentinel-2. A temperatura do ar no território está cerca de 10 ºC acima da média para o período. No hemisfério sul, a Antártida teve recorde de temperatura e diminuição do gelo marinho em pleno inverno.

Gráfico da Noaa compara as temperaturas globais em anos de início de El Niños fortes

Especialistas atribuem as altas temperaturas ao El Niño, fenômeno atmosférico-oceânico que deixa algumas regiões mais secas e quentes e outras mais suscetíveis a tempestades, intensificado pelo aquecimento global provocado por ações humanas. Em entrevista ao jornal The Guardian sobre a temperatura global média de segunda-feira, o pesquisador da Berkeley Earth Zeke Hausfather disse que aquele recorde poderia ser apenas o primeiro de uma série influenciada pelas emissões crescentes de gases poluentes junto com o El Niño. 

Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), também alertou sobre o aumento da temperatura. “O início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e provocar mais calor extremo em muitas partes do mundo e no oceano”, disse. (PRISCILA PACHECO)

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