Acordo sobre CO2 da aviação está em risco
Rascunho de acordo é desenhado em reunião no Canadá, mas alguns governos tentam fazer modificações no texto; até agora, adesão voluntária é menor do que meta inicial de organização
DO WWF
As negociações para um novo acordo de controle de emissões da aviação estão por um fio em Montréal, Canadá, enquanto governos discutem a possibilidade de permitir ou não modificações no rascunho de acordo proposto, o que poderia colocar em risco o resultado das discussões.
Já que as negociações finais do Acordo de Paris não contemplaram emissões da aviação internacional, que não estavam incluídas nas metas das emissões domésticas dos países, o mundo agora espera que a Oaci (Organização da Aviação Civil Internacioal), agência especializada de aviação civil da ONU, faça um acordo firme a respeito das emissões do setor, que crescem rapidamente.
“Em Paris, líderes mundiais depositaram fé na Oaci para demandar redução de emissões da aviação internacional. A aviação mundial precisa se mobilizar e acordar um plano que atenda às demandas da ciência”, disse Lou Leonard, vice-presidente de Clima e Energia do WWF. “Sem uma participação ampla, a proposta representa um critério baixo para um acordo climático internacional.”
Até agora, 63 países optaram por participar do plano de redução de emissões da Oaci. “O relógio está correndo; a melhor maneira de fortalecer o acordo neste momento é com a participação de mais países”, afirmou Leonard.
Estimativas mostram que a participação atual dos países que se voluntariaram cobrirá apenas entre 72% e 73% do crescimento esperado de emissões de CO2 pela aviação internacional entre 2021 e 2035. Este valor está abaixo da própria meta de neutralidade de crescimento de emissões para 2020 da Oaci.
“Para se aproximar da meta da Oaci, é preciso mais participação de países de todas as regiões do mundo, incluindo a América Latina”, afirmou Roberto Troya, diretor regional do WWF latino-americana. “México, Guatemala e Costa Rica já demonstraram liderança ao sinalizar participação nas fases iniciais. Agora, todos os olhos estão voltados para os países de peso na aviação local, como Argentina e Brasil. Entrar no acordo seria consistente com os compromissos de limitar o aquecimento a 1.5ºC. O WWF encoraja este e todos os países a atuar”.