Geração de energia renovável baterá novo recorde em 2022
Novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) indica que instalações de energia limpa devem atingir um crescimento recorde de 8% na comparação com 2021
DO OC – O mundo deverá bater um novo recorde de capacidade de geração de energia renovável em 2022. De acordo com o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), divulgado na última quarta-feira (11), espera-se um aumento de 320 GW na capacidade global dessas fontes renováveis até o final do ano, o que equivale a toda a demanda de eletricidade da Alemanha ou à geração total de eletricidade da União Europeia a partir de gás natural. Segundo o documento, o número é superior ao recorde do ano passado, que foi de 295 GW, e está sendo puxado especialmente por políticas de incentivo na China, Europa e América Latina. Deste montante, a energia solar será responsável por cerca de 60% do aumento, atingindo seu melhor resultado em toda história, com o comissionamento de 190 GW e um ganho de 25% na comparação com 2021.
No documento, a IEA destaca que os acontecimentos dos últimos meses, em especial a alta dos combustíveis fósseis e a crise energética gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia – que evidenciou a dependência de países europeus do gás russo – estão impulsionando os governos a aumentar rapidamente suas alternativas de energia doméstica, de forma a garantir a segurança energética dos países. Soma-se a isso o crescimento na demanda global por energia. Em janeiro deste ano, a IEA havia anunciado que, em 2021, a demanda por eletricidade registrou crescimento de 6%, o maior aumento percentual desde 2010. De acordo com a agência, este cenário foi impulsionado principalmente pela rápida recuperação econômica após o primeiro ano de pandemia e pelas condições climáticas mais extremas que em 2020, incluindo um inverno mais frio que a média.
“O desenvolvimento do mercado de energia nos últimos meses – especialmente na Europa – provou mais uma vez o papel essencial das energias renováveis na melhoria da segurança energética, além de sua eficácia bem estabelecida na redução de emissões”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da IEA.
Apesar da boa notícia, a agência avaliou que, levando em conta o atual cenário político e regulatório, o crescimento das renováveis tende a perder ritmo em 2023, “já que o progresso contínuo da energia solar é compensado por um declínio de 40% na expansão da energia hidrelétrica e poucas adições na geração eólica”. O documento indica ainda que, nos Estados Unidos, os números estão aquém daqueles projetados no início do ano, o que seria um reflexo da instabilidade econômica e de problemas políticos associados à importação de equipamentos fotovoltaicos da China.
“Reduzir a burocracia, acelerar as permissões e fornecer os incentivos certos para uma implantação mais rápida de energias renováveis são algumas das ações mais importantes que os governos podem tomar para enfrentar os desafios atuais de segurança energética e mercado, mantendo viva a possibilidade de alcançar nossas metas climáticas internacionais”, destacou Birol.
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