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Reações do OC ao recorde de temperatura de 2016

A temperatura média da superfície terrestre e dos oceanos, combinada, foi 1,1oC superior à média pré-industrial, segundo a OMM.

18.01.2017 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

SÃO PAULO-BRASÍLIA-CURITIBA, 18/01/2017

Nesta quarta-feira, a OMM (Organização Meteorológica Mundial) e três das principais agências de monitoramento do clima do mundo – a Nasa e a Noaa, dos EUA, e o Met Office, do Reino Unido – confirmaram que 2016 foi o ano mais quente da história desde o início dos registros globais, no século XIX.
A temperatura média da superfície terrestre e dos oceanos, combinada, foi 1,1oC superior à média pré-industrial, segundo a OMM.

Os dados foram comentados por integrantes do Observatório do Clima:

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“O novo recorde mostra a concretização dos piores cenários de aquecimento global. Assim, é mais urgente do que nunca o fortalecimento da cooperação internacional e o aumento dos esforços de todos os países e atores para impedir um aprofundamento da crise climática.”
Mark Lutes, analista-sênior de clima do WWF.

“Os dados anunciados nesta quarta-feira não eram inesperados, mas mesmo assim chocam. Eles marcam o que pode ser uma nova fase de aceleração do aquecimento global, ao mesmo tempo em que o segundo maior emissor do planeta ameaça reverter sua determinação rumo à implementação do Acordo de Paris. A atmosfera infelizmente não está nem aí para as nossas dificuldades políticas ou para se nós acreditamos ou não no aquecimento global; ela simplesmente esquenta.”
Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.

“A repetida quebra de recordes nos últimos anos ressalta a urgência do problema, que infelizmente não tem sido levada a sério pelos nossos governantes. Enquanto demoramos para agir com a força necessária, nossa população é cada vez mais impactada pelas mudanças climáticas, que afetam principalmente os mais pobres e agravam desigualdades. E agir com força passa também por reverter a tendência de aumento das emissões brasileiras, com políticas que apontem para o fim do desmatamento e 100% de energias renováveis.”
Pedro Telles, Greenpeace.

“As próximas duas décadas serão decisivas para o futuro climático do planeta, exigindo da nossa sociedade grandes transformações. Devemos sair de uma sociedade alicerçada na energia fóssil e nos motores a combustão e cada um de nós deve ser responsável por mudar o modo como consumimos e vivemos. Mas os dados divulgados hoje também mostram que só isso não basta; precisamos nos adaptar aos efeitos da mudança climática que já está aqui. Uma maneira de fazer isso é conservar ecossistemas naturais para aumentar a resiliência da sociedade. Estratégias de adaptação baseadas em ecossistemas precisam ser incorporadas aos planejamentos municipais, estaduais e federal.”
André Ferretti, gerente de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e coordenador-geral do Observatório do Clima.

“Em certas áreas da Amazônia, esse recorde de temperatura vem sendo batido frequentemente, com a degradação florestal e o desmatamento como agravantes. As florestas têm uma importância enorme no processo de mitigação se pararmos o desmatamento nas áreas ainda existentes e recuperarmos áreas-chaves.”
Paulo Moutinho, pesquisador-sênior do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

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